Estava no balcão do bar já na
terceira dose com um copo americano quase cheio de vodka completado de Cinzano.
Isso era manhã, sozinho e calado, quando
apareceu um amigo e me perguntou se eu andava bem com o rumo da minha vida,
disse que estava mais ou menos, disse que a quantidade de bebida que tomava
estava me preocupando. Ele me disse somente uma frase: Carvalho Pinto, 130.
É onde fica o APAE, e também
o AA. Fui no dia seguinte, pois é preciso estar sóbrio para pisar numa sala de uma
sessão do AA.
Antes de contar a minha
história com o AA preciso falar sobre a minha história de vida e dela com o
álcool.
Sem ser linear ou narrativo
vou dizer fatos que se deram com meu alcoolismo:
- na escola eu levava cerveja
no lugar do suco com o lanche.
- todos domingos que íamos às
churrascarias, eu tinha uns 11 anos, na entrada havia “batidinhas” de côco,
maracujá à vontade para os clientes Após esse ritual de entrada todos iam
sentar à mesa, eu sempre dizia que ia ao banheiro e passava novamente no
balcãozinho das batidas, claro que tomava todos os sabores novamente e ainda mais
um pouco.
- já na adolescência, eu
sempre era o mais “alegre”, aquele que fazia rir a todos, eu nunca soube o
motivo, claro que era a bebida, pois eles já passaram da cerveja para a
Coca-Cola, eu continuava no conhaque.
- na entrevista do meu
primeiro emprego eu estava alcoolizado.
- na igreja, no dia do meu
casamento eu estava alcoolizado.
- no hospital, quando nasceu
meu primeiro filho eu estava alcoolizado.
- no batizado de todos meus
filhos estava alcoolizado.
- nas festinhas de entrega
dos diplomas das escolinhas dos meus filhos estava alcoolizado.
- em reuniões de condomínio
eu estava alcoolizado.
Meus finais de semana começavam
na sexta à noite mergulhados dentro de uma garrafa de qualquer destilado e
pulava de uma para outra até a musiquinha, no domingo, do Fantástico.
Resumindo: Depois de ter
conseguido uma carreira relativamente respeitada em São Paulo e sul do país,
alguns prêmios internacionais como diretor de arte e uma família linda, pedi o
divórcio e as contas da agência onde trabalhava há dez anos para poder ter
tempo para beber mais e em paz. Selei um pacto com o diabo.
Com a idade meu organismo já
não aguentava mais tranco da ressaca, minha pose estava caindo. Meus “amigos”
foram se afastando. Sem família, sem emprego e sem esperança achei que deveria
diminuir a quantidade de bebida e tentar outro modo de vida. Mas o álcool com
toda sua imponência e autoridade gritou na minha cabeça: Como assim? Só por que
está envelhecendo e ficando fraco acha que pode me abandonar?
Foi quando o meu amigo disse:
Carvalho Pinto, 130, eu disse '"vou tentar" para meu amigo e “SIM”
para a voz que gritava na minha cabeça.
No dia seguinte, às 19:40hs
cheguei no local com todo preconceito pois pensava encontrar pessoas mal
vestidas, cheirando à urina e bebida e desdentadas. Era um porão de mais ou
menos 8 por 5 metros cedido pelo APAE, composta por várias cadeiras brancas de
plástico e na frente uma pequena mesa e duas cadeiras; uma para o coordenador
da reunião e outra para os membros que faziam seus depoimentos. No fundo havia
uma cozinha simples: pia, fogão de 2 bocas, e um pequeno armário. Sobre uma
pequena mesa havia uma bandeja com uma garrafa térmica de café e dois tupperwares, um com bolacha doce e outra
salgada onde os membros do grupo beliscavam no intervalo das 9h, a reunião
terminava as 10h.
Meio confuso e desorientado
fui recebido por um velhinho elegantemente ereto, que me deu um folheto
explicativo. Notei pelas suas
automáticas palavras e gestos que ele fazia isso como todos os novatos
atordoados que chegam pela primeira vez.
Sem saber o que fazer,
sentei-me numas das cadeiras brancas de plástico e fiquei prestando atenção no local e nas pessoas
tentando assimilar tudo aquilo. No fundo não acreditava que estava no famoso
AA, como disse, pensava que era como espécie de clima de banheiro público de rodoviária
onde vários mendigos fedidos bêbados balbuciavam esmolas. Olhando melhor,
depois de alguns minutos, comecei a perceber que os membros do grupo estavam
relativamente bem arrumados, alguns vestidos como quem vai à missa aos domingos
outros excessivamente cheirando a perfume barato, talvez como disfarce do suor por
ter vindo direto do trabalho. A cadeira de plástico ficava cada vez mais
confortável. Arrisquei a ler alguma coisa do folheto, no pequeno introdutório
dizia as condutas do AA e em seguida um questionário de 10 perguntas, sendo sim
para quatros delas você poderia ser considerado uma pessoa com possível
problema com relação com o álcool. Respondi sete vezes sim.
Gentilmente algumas pessoas
me cumprimentavam como seu já fizesse parte daquele lugar. Isto me tranquilizou
pois havia pessoas das mais variadas idades e vocabulários. O ar era tomado por
um sentimento que não sabia explicar direito, mas tinha quase certeza que havia
uma sensação calorosa de honestidade.
Às 20h em ponto, um rapaz de
uns trinta e poucos anos, baixinho e carrancudo, careca, senta na cadeira e
toca um sininho, chamando a todos, anunciando que a sessão iria começar. Após
30 segundos de espera toca novamente e as cadeiras estão todas ocupadas e os
membros em silêncios virados para o coordenador, que profere essas palavras:
"Alcoólicos
Anônimos é uma irmandade de homens e mulheres que compartilham suas
experiências, forças e esperanças, a fim de resolver seu problema comum e
ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo.
O único requisito
para se tornar membro é o desejo de parar de beber.
Para ser membro
de A.A. não há taxas ou mensalidades; somos auto-suficientes, graças às nossas
próprias contribuições.
A.A. não está
ligada a nenhuma seita ou religião, nenhum partido político, nenhuma
organização ou instituição; não deseja entrar em qualquer controvérsia; não
apóia nem combate quaisquer causas.
Nosso
propósito primordial é manter-nos sóbrios e ajudar outros alcoólicos a
alcançarem a sobriedade."
Este preâmbulo é dito em todas as reuniões
do AA no mundo todo com o mesmo conteúdo. Essencialmente é o resumo da missão
do AA, mas isso explicarei mais tarde.
Em seguida o coordenador pede a todos que se
levantem e convida a dizer em voz alta a Oração da Serenidade, que na verdade é
mais que uma prece, é uma reflexão para a vida. Todos se levantam, alguns em clima
religioso fecham os olhos e juntam as mãos para mostrar respeito, outros com
visível fervor arrumam seus corpos seriamente em prontidão.
Todos:
"Concedei-nos, Senhor...
a Serenidade
necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar,
Coragem para modificar
aquelas que podemos,
e Sabedoria para distinguir
umas das outras."
Essa frase é de grande valor para mim até
hoje,
independente de ser endereçada aos que lutam contra o alcolismo:
Primeira parte: "Aceitar
as coisas que não posso modificar."
Evidentemente não posso modificar o mundo e trazer a paz, solidariedade
entre as pessoas e nem o passado ocorrido e nem futuro incerto e muito menos a
imprevisibilidade das pessoas. Quem posso talvez mudar? A mim e olha lá.
Aceitar com conformidade que sobre muitas situações não tenho controle. Preciso
da serenidade para entender que tem fatos e limites que não posso mudar e não me
frustrar por isso. Preciso dessa serenidade para viver.
Segunda parte: "Coragem
para mudar aquelas que posso"
É o oposto da primeira. Preciso de coragem. Coragem para modificar, resignificar, admitir,
enfrentar, assumir os erros do meu passado. Preciso de coragem para quando vir
alguma situação não virar as costas em sinal de covardia. Coragem para aceitar
meus erros, meu limites. Coragem para arregaçar as mangas. Coragem para não
aceitar minhas desculpas invisíveis, camufladas de falsa impotência.
E terceira parte: "Sabedoria
para distinguir uma das outras".
A mais importante.
Ai é que está a grande questão, saber distinguir o que posso modificar e
ter coragem e eficácia para agir para tal. E, com a sabedoria saber a diferença
para aceitar com serenidade fatos que não estão em nosso alcance. Muitas vezes
nos "chicoteamos" com culpas e remorsos e nos desculpamos com hipócritas
justificativas que traduzem em covardia.
Este limite, este discernimento é a sabedoria.
Após ouvir dizerem em coro a Oração da Serenidade todos sentaram e o
coordenador ofereceu a outra cadeira a quem quisesse fazer o seu depoimento ou desabafar
algo acontecido naquele dia, questionar ou dizer qualquer coisa sobre sua
história com o álcool e sua recuperação.
Estes depoimentos me deram a chance de enxergar um outro caminho, além de
ver que outros também fizeram a mesma coisa. As histórias que ouvia serviram
como espelho. Esse é o grande fator do sucesso do AA. Muitos cometeram
aberrações inimagináveis, fatos horrorosos que nem preciso falar. Basta abrir
um jornal. Casos que somente podem ser contados naquela cadeira de plástico
branca, todos ali estavam no mesmo barco, todos ali eram como uma espécie de
irmãos. Uma irmandade. Anônima.
Faz 4 anos e pouco (fev/2008) que não bebo. Vários valores foram sendo
revistos, o conceito “estar bem na vida” adquiriu radicalmente outro
significado. Curiosamente, parecido com um jardim da infância emocional, fui
aprendendo a ver a vida com alegria e leveza. Após um ano frequentando o AA comecei
a coordenar as reuniões de sextas feiras e depois de alguns meses assumi um cargo
chamado RSG, que significa “Responsável
por Serviço Geral”. Basicamente minha função
era viajar pelo Brasil visitando salas de AA, assimilar novos procedimentos
para uma maior adesão de novatos do nosso grupo e também compartilhar possíveis
melhorias que possam ser por eles aprimoradas. Resumindo, minha vida mudou do
vinho para a água fresca.
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Sobre o AA
Alcoólicos Anônimos não mantém registro de seus membros, portanto, é
muito difícil obter números exatos em um determinado momento. Alguns Grupos não
estão inscritos no GSO (EUA/Canadá). Outros não fornecem dados referentes à sua
composição e, portanto, não estão registrados nos arquivos computadorizados.
Não há forma possível de calcular o número de membros que não estão filiados a
um Grupo de A.A. local. Os números que aparecem a seguir se baseiam nos dados
recebidos pelo GSO 1 janeiro de 2002, esse valor consiste numa média, pois
muitos grupos não informam seus números.
Não existe uma forma prática de contagem de frequentadores que não são
membros de um Grupo.
O que é A. A.
Alcoólicos Anônimos é uma irmandade mundial de homens e mulheres que se
ajudam mutuamente a permanecerem sóbrios. Eles oferecem a mesma ajuda a
qualquer um que tenha um problema com a bebida e queira para de beber. Por
serem todos alcoólicos, eles tem uma compreensão mutua especial. Sabem como
essa doença os atinge – e aprenderam como se recuperar do alcoolismo dentro de
A.A.
Os membros de A.A. dizem que hoje são alcoólicos – mesmo que não bebam há
anos. Eles não dizem que estão “curados”. Uma vez que a pessoa tenha perdido a
possibilidade de controlar a bebida, nunca mais é possível beber
controladamente – ou, em outras palavras, ele nunca pode tornar-se um “antigo
alcoólico” ou um “ex-alcoólico”. Mas em A.A. ele pode tornar se um alcoólico
sóbrio, um alcoólico em recuperação.
História do Nascimento de A.A.
Alcoólicos Anônimos iniciou-se em 1935, em Akron, Ohio, com o encontro de
Bill W., um corretor da Bolsa de Valores de Nova Iorque, e o Dr. Bob, um
cirurgião de Akron. Ambos haviam sido alcoólicos desenganados.
Antes de se conhecerem, Bill e o Dr. Bob tinham tido contato com o Grupo
Oxford, uma sociedade composta, em sua maior parte, por pessoas não alcoólicas,
que defendia a aplicação de valores espirituais universais na vida diária.
Naquela época, os Grupos Oxford da América eram dirigidos pelo renomado clérigo
episcopal Dr. Samuel Shoemaker. Sob sua influência espiritual, e com a ajuda de
seu velho amigo, Ebby T., Bill havia conseguido sua sobriedade e vinha mantendo
sua recuperação trabalhando com outros alcoólicos, apesar do fato de que nenhum
de seus "candidatos" haver se recuperado. Entretanto, o fato de ser
membro do Grupo Oxford não havia oferecido ao Dr. Bob a suficiente ajuda para
alcançar a sobriedade.
Quando finalmente o Dr. Bob e Bill se conheceram, o encontro produziu no
Dr. Bob um efeito imediato. Desta vez encontrava-se cara a cara com um
companheiro alcoólico que havia conseguido deixar de beber. Bill insistia que o
alcoolismo era uma doença da mente, das emoções e do corpo. Esse
importantíssimo fato fora-lhe comunicado pelo Dr. William D. Silkwoth, do
Hospital Towns, de Nova Iorque, instituição em que Bill fora internado várias
vezes. Apesar de médico, o Dr. Bob não tivera conhecimento de que o alcoolismo
era uma doença. Bob acabou convencido pelas ideias contundentes de Bill e logo
alcançou sua sobriedade, e nunca mais voltou a beber.
Ambos começaram a trabalhar imediatamente com os alcoólicos internados no
Hospital Municipal de Akron. Como consequência de seus esforços, logo um
paciente alcançou sua sobriedade. Apesar de ainda não existir o nome Alcoólicos
Anônimos, esses três homens constituíram o núcleo do primeiro Grupo de A.A. No
outono de 1935, o segundo Grupo foi tomando forma gradualmente em Nova Iorque.
O terceiro Grupo iniciou-se em Cleveland, em 1939. Havia-se gasto mais de
quatro anos para conseguir 100 alcoólicos sóbrios, nos três Grupos iniciais.
Em princípio de 1939, a Irmandade publicou seu livro de texto básico,
Alcoólicos Anônimos. Nesse livro, escrito por Bill, expunha-se a filosofia e os
métodos de A.A., a essência dos quais se encontram agora nos bem conhecidos
Doze Passos de recuperação. A partir daí, A.A. desenvolveu-se rapidamente.
Também em 1939, o Cleveland Plain Dealer publicou uma série de artigos
sobre Alcoólicos Anônimos, seguida por alguns editoriais muito favoráveis. O
Grupo de Cleveland, composto por uns 20 membros, logo se viu inundado por
incontáveis pedidos de ajuda. Os alcoólicos que chegavam, logo após algumas
semanas de sobriedade, eram encarregados de trabalhar com os novos casos. Com
isso, deu-se ao movimento uma nova orientação, e os resultados foram
fantásticos. Passados poucos meses, o número de membros de Cleveland havia crescido
para 500. Pela primeira vez havia evidência de que a sobriedade poderia
multiplicar-se, em massa.
Enquanto isso, o Dr. Bob e Bill haviam estabelecido em Nova Iorque, em
1939, uma Junta de Custódios para ocupar-se da administração geral da Irmandade
recém-nascida. Alguns amigos de John Rockefeller, Jr. integravam esse conselho,
junto com alguns membros de A.A. Deu-se à Junta o nome de Fundação Alcoólica.
No entanto, todas as tentativas de se conseguir grandes quantias de dinheiro
fracassaram porque o Sr. Rockfeller havia chegado à conclusão prudente de que
grandes somas poderiam atrapalhar a nascente Irmandade. Apesar disso, a
Fundação conseguiu abrir um pequeno escritório em Nova Iorque, para responder
aos pedidos de ajuda e de informações e para distribuir o livro de A.A., um
empreendimento, diga-se de passagem, que havia sido financiado principalmente
pelos membros de A.A.
O livro e o novo escritório logo se revelaram de grande utilidade. No
outono de 1939, a revista Liberty publicou um artigo sobre Alcoólicos Anônimos
e, como consequência, logo chegaram ao escritório cerca de 800 urgentes pedidos
de ajuda. Em 1940, o Sr. Rockfeller organizou um jantar, para dar purgação à
A.A., ao qual convidou muitos de seus eminentes amigos nova-iorquinos. Esse acontecimento
suscitou outra onda de pedidos. Cada pedido era respondido com uma carta
pessoal e um pequeno folheto. Além disso, fazia-se menção ao livro Alcoólicos
Anônimos e logo começou-se a distribuir numerosos exemplares do livro. Ao final
do ano, A.A. já tinha 2.000 membros.
Apareceu então, em março de 1941, no Saturday Evening Post, um excelente
artigo sobre Alcoólicos Anônimos e a reação foi tremenda. No final daquele ano
o número de membros subira a 6.000 e o número de Grupos multiplicara-se proporcionalmente.
A Irmandade crescia a passos gigantescos por todas as partes dos EUA/Canadá.
Em 1950, havia no mundo inteiro perto de 100 mil alcoólicos em
recuperação. Por mais impressionante que tenha sido esse desenvolvimento, a
década de 1940 a 1950 foi de grande incerteza. A questão crucial era se todos
aqueles alcoólicos volúveis poderiam viver e trabalhar juntos em seus Grupos.
Poderiam manter-se unidos e funcionar com eficácia? Esta pergunta ainda pairava
sem resposta. Manter correspondência com milhares de Grupos relativamente a
seus problemas particulares chegou a ser um dos principais trabalhos do
escritório de Nova Iorque.
Não obstante, no início de 1946, já era possível tirar algumas conclusões
bem razoáveis sobre as atitudes, costumes e funções que se ajustariam melhor
aos objetivos de A.A. Esses princípios, que haviam surgido a partir das árduas
experiências dos Grupos, foram codificadas por Bill, sendo hoje conhecidos pelo
nome de As Doze Tradições de Alcoólicos Anônimos. Em 1950, o caos dos anos
anteriores quase havia desaparecido. Havia-se conseguido enunciar e por em
prática, com êxito, uma fórmula segura para a unidade e o funcionamento de A.A.
Durante essa frenética década, o Dr. Bob dedicava seus esforços ao assunto da
hospitalização dos alcoólicos e à tarefa de incutir-lhes os princípios de A.A.
Os alcoólicos chegavam em grande número a Akron para obter cuidados
médicos no Hospital Saint Thomas, uma instituição administrada pela Igreja
Católica. O Dr. Bob se integrou ao corpo médico desse hospital e ele e a irmã
Ignatia, também do pessoal do hospital, prestaram cuidados médicos e indicaram
o programa a cerca de 5.000 alcoólicos internados. Após a morte do Dr. Bob, em
1950, a irmã Ignatia seguiu trabalhando no Hospital da Caridade, em Cleveland,
onde contava com a ajuda dos Grupos de A.A. locais e onde outros 10.000
alcoólicos internados encontraram Alcoólicos Anônimos pela primeira vez. Esse
trabalho foi um grande exemplo de boa vontade, que permitiu comprovar que A.A.
cooperava eficazmente com a medicina e a religião.
Naquele ano, Alcoólicos Anônimos realizou em Cleveland sua primeira
Convenção Internacional. Nessa Convenção o Dr. Bob fez seu último ato perante a
Irmandade e, em sua fala de despedida, se deteve na necessidade de se manter
simples o programa de A.A. Junto com os outros participantes, ele viu os
Delegados aprovarem entusiasmados As Doze Tradições de A.A., para uso
permanente da Irmandade em todo o mundo. Faleceu em 16 de novembro de 1950.
No ano seguinte, ocorreu outro acontecimento muito significativo. As
atividades do escritório de Nova York haviam sido grandemente ampliadas e
passaram a incluir trabalhos de relações públicas, conselhos aos novos Grupos,
serviços em hospitais, nas prisões, junto aos Internacionalistas e Solitários e
cooperação com outras agências no campo do alcoolismo. O escritório também
publicou livros e folhetos "padrão" de A.A. e supervisionava a
tradução dessas publicações para outros idiomas. Nossa revista internacional,
A.A. Grapevine, já tinha uma grande circulação. Essas atividades, e outras
mais, se tornaram indispensáveis para A.A. em sua totalidade.
A 2º Convenção Internacional teve lugar em Saint Louis, em 1955, comemorando
os 20 anos da Irmandade.
Não obstante, esses serviços vitais estavam ainda em mãos de uma isolada
Junta de Custódios, cujo único vínculo com a Irmandade havia sido Bill e o Dr.
Bob. Como os co-fundadores haviam prevista alguns anos atrás, era imperativo
vincular os Custódios dos Serviços Mundiais de A.A. (hoje a Junta de Serviços Gerais
de A.A.) à Irmandade a qual serviam. Para isso, convocou-se uma reunião de
Delegados de todos os estados e províncias dos EUA/Canadá. Assim constituído,
esse organismo de serviços mundiais se reuniu pela primeira vez em 1951. Apesar
de certa apreensão suscitada pela proposta, a assembleia teve grande êxito.
Pela primeira vez, os Custódios, anteriormente isolados, eram diretamente
responsáveis perante A.A. na sua totalidade. Havia-se criado a Conferência de
Serviços Gerais de A.A. e dessa maneira assegurado o funcionamento global de
A.A. para o futuro.
Naquela época, a Conferência de Serviços Gerais já havia demonstrado seu
real valor. Nessa ocasião, em nome de todos os pioneiros de A.A., Bill
transferiu à Conferência e a seus Custódios a futura vigilância e proteção de
A.A. Nesse momento a Irmandade tomou posse daquilo que era seu: Alcoólicos
Anônimos atingiu sua maioridade.
Se não fosse pela ajuda dos amigos de A.A. nos seus primeiros dias, é
provável que Alcoólicos Anônimos nunca tivesse existido. E se não contasse com
a multidão de amigos que, desde então, têm contribuído com seu tempo e sua
energia - especialmente nossos amigos da medicina, da religião e dos meios de
comunicações - A.A. nunca poderia ter crescido e prosperado. A Irmandade
expressa sua perene gratidão pela amistosa ajuda.
No dia 24 de janeiro de 1971, Bill faleceu de pneumonia em Miami Beach,
Flórida, onde - havia sete meses - pronunciara diante da Convenção
Internacional do 35º aniversário suas últimas palavras aos companheiros de A.A.:
"Deus os bendiga, a vocês e a Alcoólicos Anônimos, para sempre."
Desde então A.A. se tornou uma Irmandade mundial, demonstrando que a
maneira de viver de A.A. hoje pode superar quase todas as barreiras de raça, de
credo e de idioma. A Reunião de Serviço Mundial, realizada pela primeira vez em
1969, vem ocorrendo a cada dois anos desde 1972, alternando sua sede entre Nova
Iorque e uma cidade de outro pais. Os Delegados à RSM reuniram-se em Londres
(Inglaterra); Helsinki (Finlândia); San Juan del Rio (México); Guatemala
(Guatemala); Munique (Alemanha) e Cartagena (Colômbia).
A posição do A.A. no campo do
alcoolismo.
A história de A.A. está repleta de nomes de não-alcoólicos, profissionais
e leigos, que se interessaram pelo programa de recuperação de A.A. Milhões de
nós devemos nossas vidas a essas pessoas e nossa dívida de gratidão não tem
limites.
Alcoólicos Anônimos é uma irmandade mundial de homens e mulheres que se
ajudam mutuamente a manter a sobriedade e que se oferecem para compartilhar
livremente sua experiência na recuperação com outros que possam ter problemas
com seu modo de beber.
A Irmandade funciona através de mais de 97.000 Grupos locais em 150
países. Milhões de alcoólicos têm alcançado a sobriedade em A.A, mas seus
membros reconhecem que seu programa não é sempre eficaz com todos os alcoólicos
e que alguns necessitam de aconselhamento e tratamento profissional.
AA preocupa-se unicamente com a recuperação pessoal e contínua dos
alcoólicos que procuram socorro na Irmandade. O movimento não se dedica a
pesquisas sobre alcoolismo ou ao tratamento médico ou psiquiátrico, e não apoia
quaisquer causas - embora os membros de A.A. possam participar como indivíduos.
O movimento adotou a política de "cooperação mas não afiliação"
com outras organizações que se dedicam ao problema do alcoolismo.
Alcoólicos Anônimos é autossuficiente através de seus membros e Grupos,
recusando contribuições de fontes externas. Os membros de AA preservam seu
anonimato pessoal em nível de imprensa, filmes, Rádio, TV, Internet e outros
meios de comunicação.
Como A.A. vê o Alcoolismo?
O alcoolismo é, em nossa opinião, uma doença física, mental e espiritual,
progressiva, incurável e de término fatal. Os alcoólicos que conhecemos parecem
ter perdido o poder para controlar suas doses de bebidas alcoólicas
Como AA funciona?
AA pode ser descrito como um método para recuperação do alcoolismo, no
qual os membros ajudam-se mutuamente, compartilhando entre si uma enorme gama
de experiências semelhantes em sofrimento e recuperação do alcoolismo.
Que são Grupos de A.A.?
A unidade básica em AA é o grupo local (do bairro ou cidade) que é
autônomo, salvo em assuntos que afetem outros grupos de AA ou à Irmandade como
um todo. Nenhum grupo tem poder sobre seus membros.
Os grupos geralmente são democráticos, assistidos por "comitês de
serviços" de curtos períodos de mandato. Desta maneira, nenhum grupo de AA
tem uma liderança permanente.
Que são Reuniões de A.A.?
Alcoólicos Anônimos é constituído por mais de 90 mil grupos locais em 146
países. Cada grupo realiza reuniões regulares, nas quais os membros relatam
entre si suas experiências - geralmente em relação aos "DOZE PASSOS"
sugeridos para a recuperação, e às "DOZE TRADIÇÕES" sugeridas para as
relações dentro da Irmandade e com a comunidade de fora.
Existem reuniões abertas para qualquer pessoa interessada, e reuniões
fechadas somente para alcoólicos.
Quem são os Membros de A.A.?
Pessoas que acham que têm problemas com sua maneira de beber são
bem-vindas para assistir a qualquer reunião de A.A. Elas tornam-se membros
simplesmente ao decidir que querem sê-lo.
Membros de AA são homens e mulheres provenientes de todos os níveis
sociais, desde adolescentes até pessoas com idade avançada, de todas as raças,
de todos os tipos de afiliações religiosas, e mesmo sem nenhuma.
O que você pode esperar de A.A.?
Os membros de A.A. ajudam qualquer alcoólico que demonstre interesse em
ficar sóbrio.
Os membros de A.A. podem visitar o alcoólico que necessite de ajuda -
embora eles possam sentir que seja melhor para o alcoólico solicitar tal ajuda
antes.
Eles podem auxiliar a providenciar uma internação hospitalar. Os
escritórios de serviços de AA frequentemente sabem onde existem hospitais para
tratamento de alcoolismo, embora AA não seja afiliada a qualquer
estabelecimento hospitalar.
Os membros de A.A. têm satisfação em compartilhar suas experiências com
qualquer pessoa interessada, seja em conversações ou em reuniões formais
O que A.A. não faz?
A.A. não leva os membros a tentar convencer alcoólicos a ingressar na
Irmandade. A.A. é para os alcoólicos que querem alcançar sobriedade.
A.A. não vigia seus membros para ver se vão beber ou não, A.A. ajuda os
alcoólicos a se ajudarem.
A.A. não é uma organização religiosa. Todos os membros são livres para
decidir sobre as suas próprias ideias a respeito do significado da vida.
A.A. não é uma organização médica, não dá remédios nem orientação
psiquiátrica.
A.A. não dirige quaisquer hospitais, ambulatórios, sanatórios; nem
fornece serviços de enfermagem.
A.A. não tem ligação com qualquer outra organização. Mas A.A. coopera com
organizações que combatem o alcoolismo. Alguns membros trabalham para tais
organizações – mas por motivos pessoais – não como representantes de A.A.
A.A. não aceita dinheiro de fontes fora de A.A. nem particulares ou
governamentais.
A.A. não oferece qualquer serviço social, não oferece hospedagem, comida,
roupa, emprego ou dinheiro. A.A. ajuda o alcoólico a permanecer sóbrio, para
que ele possa conseguir essas coisas por si mesmo.
Alcoólicos Anônimos enfatiza o “anonimato” dos membros da Irmandade. Não
admite que os nomes de seus membros apareçam na TV, rádio, jornais, internet ou
qualquer outro meio de divulgação. E membros não citam nomes de outros membros
para pessoas fora de A.A. Mas os membros não ficam envergonhados por
pertencerem em A.A. Eles apenas querem encorajar mais alcoólicos a encontrar
ajuda através de A.A. eles não querem parecer heróis e heroínas simplesmente
por cuidarem de sua própria saúde.
A.A. não fornece cartas de referência
a comissões de livramento condicional, advogados, oficiais de justiça, agências
de emprego, etc.
A.A. e a religião
Embora não adotando nenhuma religião
em particular, a Irmandade de Alcoólicos Anônimos assimilou e incorporou aos
seus princípios básicos, alguns dos ensinamentos espirituais e morais, comuns a
todas as denominações religiosas. Profunda, gratificante, e sobretudo
inspiradora, foi a assistência recebida pelos co-fundadores de A.A. de parte do
Padre Ed. Dowling, da Ordem Jesuíta de St. Lous, e do Clérigo Episcopal Sam
Shoemaker, tido como o principal inspirador dos Doze Passos de A.A.
Em todos os países onde se instalaram
grupos de A.A., a Irmandade tem encontrado estímulo e apoio por parte dos
líderes religiosos local, independentemente da religião predominante em
qualquer desses países. A essa regra geral não foge o Brasil, onde até mesmo a
grande maioria dos grupos está instalada em salões paroquiais, predominando,
como é natural, os pertencentes às igrejas católicas.
A exemplo do que acontece com médicos amigos, também alguns religiosos
participam ativamente, dos serviços organizados de A.A., em diversos países
Grupos de A.A. no Brasil -
Localização
A unidade básica em A.A. é o grupo local (do bairro ou cidade) que é
autônomo, salvo em assuntos que afetem outros grupos de AA ou à Irmandade como
um todo. Nenhum grupo tem poder sobre seus membros.
Informações sobre reuniões do
AA on line:
http://aa-intergroup.org/languages/index_pt.html
Os grupos geralmente são democráticos, assistidos por "comitês de
serviços" de curtos períodos de mandato. Desta maneira, nenhum grupo de
A.A. tem uma liderança permanente.
Você agora tem acesso à localização dos Grupos de A.A. no Brasil como
também um arquivo para download que permite visualizar através do Google Earth
a localização no mapa destes mesmos grupos.
http://www.baixaki.com.br/download/google-earth.htm (para Windows)
http://www.baixaki.com.br/mac/download/google-earth.htm (para Mac)
Escritório de Serviços Gerais
de Alcoólicos Anônimos no Brasil
Av. Sen. Queirós 101 2º Andar - Cj 205
Bairro - República
01026-001 São Paulo - SP
Próximo à Praça Alfredo Issa - Poupatempo
Telefone: 11 3229 3611
aa@alcoolicosanonimos.org.br
Endereço do AA em Atibaia/SP:
Praça Santo António
Bairro Alvinopólis (ao lado da Igreja Cristo Rei)
Reuniões 2as às 6as 20 hr - Sábados às 18 horas e
Domingos às 10 horas
Referência
JUNAAB
disponível em: http://www.alcoolicosanonimos.org.br/. acessado em 30 de
abril
Baixaqui
http://www.baixaki.com.br/download/google-earth.htm
http://www.baixaki.com.br/mac/download/google-earth.htm