a correnteza do rio vai levando aquela flor...

segunda-feira, 30 de abril de 2012

O que o AA pode fazer por um dependente de álcool




Estava no balcão do bar já na terceira dose com um copo americano quase cheio de vodka completado de Cinzano. Isso era manhã,  sozinho e calado, quando apareceu um amigo e me perguntou se eu andava bem com o rumo da minha vida, disse que estava mais ou menos, disse que a quantidade de bebida que tomava estava me preocupando. Ele me disse somente uma frase: Carvalho Pinto, 130.
É onde fica o APAE, e também o AA. Fui no dia seguinte, pois é preciso estar sóbrio para pisar numa sala de uma sessão do AA.
Antes de contar a minha história com o AA preciso falar sobre a minha história de vida e dela com o álcool.
Sem ser linear ou narrativo vou dizer fatos que se deram com meu alcoolismo:
- na escola eu levava cerveja no lugar do suco com o lanche.
- todos domingos que íamos às churrascarias, eu tinha uns 11 anos, na entrada havia “batidinhas” de côco, maracujá à vontade para os clientes Após esse ritual de entrada todos iam sentar à mesa, eu sempre dizia que ia ao banheiro e passava novamente no balcãozinho das batidas, claro que tomava todos os sabores novamente e ainda mais um pouco.
- já na adolescência, eu sempre era o mais “alegre”, aquele que fazia rir a todos, eu nunca soube o motivo, claro que era a bebida, pois eles já passaram da cerveja para a Coca-Cola, eu continuava no conhaque.
- na entrevista do meu primeiro emprego eu estava alcoolizado.
- na igreja, no dia do meu casamento eu estava alcoolizado.
- no hospital, quando nasceu meu primeiro filho eu estava alcoolizado.
- no batizado de todos meus filhos estava alcoolizado.
- nas festinhas de entrega dos diplomas das escolinhas dos meus filhos estava alcoolizado.
- em reuniões de condomínio eu estava alcoolizado.
Meus finais de semana começavam na sexta à noite mergulhados dentro de uma garrafa de qualquer destilado e pulava de uma para outra até a musiquinha, no domingo, do Fantástico.
Resumindo: Depois de ter conseguido uma carreira relativamente respeitada em São Paulo e sul do país, alguns prêmios internacionais  como  diretor de arte e uma família linda, pedi o divórcio e as contas da agência onde trabalhava há dez anos para poder ter tempo para beber mais e em paz. Selei um pacto com o diabo.
Com a idade meu organismo já não aguentava mais tranco da ressaca, minha pose estava caindo. Meus “amigos” foram se afastando. Sem família, sem emprego e sem esperança achei que deveria diminuir a quantidade de bebida e tentar outro modo de vida. Mas o álcool com toda sua imponência e autoridade gritou na minha cabeça: Como assim? Só por que está envelhecendo e ficando fraco acha que pode me abandonar?
Foi quando o meu amigo disse: Carvalho Pinto, 130, eu disse '"vou tentar" para meu amigo e “SIM” para a voz que gritava na minha cabeça.

No dia seguinte, às 19:40hs cheguei no local com todo preconceito pois pensava encontrar pessoas mal vestidas, cheirando à urina e bebida e desdentadas. Era um porão de mais ou menos 8 por 5 metros cedido pelo APAE, composta por várias cadeiras brancas de plástico e na frente uma pequena mesa e duas cadeiras; uma para o coordenador da reunião e outra para os membros que faziam seus depoimentos. No fundo havia uma cozinha simples: pia, fogão de 2 bocas, e um pequeno armário. Sobre uma pequena mesa havia uma bandeja com uma garrafa térmica de café e dois tupperwares, um com bolacha doce e outra salgada onde os membros do grupo beliscavam no intervalo das 9h, a reunião terminava as 10h.
Meio confuso e desorientado fui recebido por um velhinho elegantemente ereto, que me deu um folheto explicativo.  Notei pelas suas automáticas palavras e gestos que ele fazia isso como todos os novatos atordoados que chegam pela primeira vez.
Sem saber o que fazer, sentei-me numas das cadeiras brancas de plástico e fiquei  prestando atenção no local e nas pessoas tentando assimilar tudo aquilo. No fundo não acreditava que estava no famoso AA, como disse, pensava que era como espécie de clima de banheiro público de rodoviária onde vários mendigos fedidos bêbados balbuciavam esmolas. Olhando melhor, depois de alguns minutos, comecei a perceber que os membros do grupo estavam relativamente bem arrumados, alguns vestidos como quem vai à missa aos domingos outros excessivamente cheirando a perfume barato, talvez como disfarce do suor por ter vindo direto do trabalho. A cadeira de plástico ficava cada vez mais confortável. Arrisquei a ler alguma coisa do folheto, no pequeno introdutório dizia as condutas do AA e em seguida um questionário de 10 perguntas, sendo sim para quatros delas você poderia ser considerado uma pessoa com possível problema com relação com o álcool. Respondi sete vezes sim.
Gentilmente algumas pessoas me cumprimentavam como seu já fizesse parte daquele lugar. Isto me tranquilizou pois havia pessoas das mais variadas idades e vocabulários. O ar era tomado por um sentimento que não sabia explicar direito, mas tinha quase certeza que havia uma sensação calorosa de honestidade.

Às 20h em ponto, um rapaz de uns trinta e poucos anos, baixinho e carrancudo, careca, senta na cadeira e toca um sininho, chamando a todos, anunciando que a sessão iria começar. Após 30 segundos de espera toca novamente e as cadeiras estão todas ocupadas e os membros em silêncios virados para o coordenador, que profere essas palavras:

"Alcoólicos Anônimos é uma irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, forças e esperanças, a fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo.
O único requisito para se tornar membro é o desejo de parar de beber. 
Para ser membro de A.A. não há taxas ou mensalidades; somos auto-suficientes, graças às nossas próprias contribuições.
A.A. não está ligada a nenhuma seita ou religião, nenhum partido político, nenhuma organização ou instituição; não deseja entrar em qualquer controvérsia; não apóia nem combate quaisquer causas.
Nosso propósito primordial é manter-nos sóbrios e ajudar outros alcoólicos a alcançarem a sobriedade."

Este preâmbulo é dito em todas as reuniões do AA no mundo todo com o mesmo conteúdo. Essencialmente é o resumo da missão do AA, mas isso explicarei mais tarde.
Em seguida o coordenador pede a todos que se levantem e convida a dizer em voz alta a Oração da Serenidade, que na verdade é mais que uma prece, é uma reflexão para a vida. Todos se levantam, alguns em clima religioso fecham os olhos e juntam as mãos para mostrar respeito, outros com visível fervor arrumam seus corpos seriamente em prontidão.

Todos:

"Concedei-nos, Senhor...
a Serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, 
Coragem para modificar aquelas que podemos, 
e Sabedoria para distinguir umas das outras."

Essa frase é de grande valor para mim até hoje, independente de ser endereçada aos que lutam contra o alcolismo:
Primeira parte: "Aceitar as coisas que não posso modificar."
Evidentemente não posso modificar o mundo e trazer a paz, solidariedade entre as pessoas e nem o passado ocorrido e nem futuro incerto e muito menos a imprevisibilidade das pessoas. Quem posso talvez mudar? A mim e olha lá. Aceitar com conformidade que sobre muitas situações não tenho controle. Preciso da serenidade para entender que tem fatos e limites que não posso mudar e não me frustrar por isso. Preciso dessa serenidade para viver.
Segunda parte: "Coragem para mudar aquelas que posso"
É o oposto da primeira. Preciso de coragem.  Coragem para modificar, resignificar, admitir, enfrentar, assumir os erros do meu passado. Preciso de coragem para quando vir alguma situação não virar as costas em sinal de covardia. Coragem para aceitar meus erros, meu limites. Coragem para arregaçar as mangas. Coragem para não aceitar minhas desculpas invisíveis, camufladas de falsa impotência.
E terceira parte: "Sabedoria para distinguir uma das outras".  A mais importante.
Ai é que está a grande questão, saber distinguir o que posso modificar e ter coragem e eficácia para agir para tal. E, com a sabedoria saber a diferença para aceitar com serenidade fatos que não estão em nosso alcance. Muitas vezes nos "chicoteamos" com culpas e remorsos e nos desculpamos com hipócritas justificativas que traduzem em  covardia. Este limite, este discernimento é a sabedoria.
Após ouvir dizerem em coro a Oração da Serenidade todos sentaram e o coordenador ofereceu a outra cadeira a quem quisesse fazer o seu depoimento ou desabafar algo acontecido naquele dia, questionar ou dizer qualquer coisa sobre sua história com o álcool e sua recuperação.
Estes depoimentos me deram a chance de enxergar um outro caminho, além de ver que outros também fizeram a mesma coisa. As histórias que ouvia serviram como espelho. Esse é o grande fator do sucesso do AA. Muitos cometeram aberrações inimagináveis, fatos horrorosos que nem preciso falar. Basta abrir um jornal. Casos que somente podem ser contados naquela cadeira de plástico branca, todos ali estavam no mesmo barco, todos ali eram como uma espécie de irmãos. Uma irmandade. Anônima.
Faz 4 anos e pouco (fev/2008) que não bebo. Vários valores foram sendo revistos, o conceito “estar bem na vida” adquiriu radicalmente outro significado. Curiosamente, parecido com um jardim da infância emocional, fui aprendendo a ver a vida com alegria e leveza. Após um ano frequentando o AA comecei a coordenar as reuniões de sextas feiras e depois de alguns meses assumi um cargo chamado RSG, que significa  “Responsável por Serviço Geral”.  Basicamente minha função era viajar pelo Brasil visitando salas de AA, assimilar novos procedimentos para uma maior adesão de novatos do nosso grupo e também compartilhar possíveis melhorias que possam ser por eles aprimoradas. Resumindo, minha vida mudou do vinho para a água fresca.


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Sobre o  AA

Alcoólicos Anônimos não mantém registro de seus membros, portanto, é muito difícil obter números exatos em um determinado momento. Alguns Grupos não estão inscritos no GSO (EUA/Canadá). Outros não fornecem dados referentes à sua composição e, portanto, não estão registrados nos arquivos computadorizados. Não há forma possível de calcular o número de membros que não estão filiados a um Grupo de A.A. local. Os números que aparecem a seguir se baseiam nos dados recebidos pelo GSO 1 janeiro de 2002, esse valor consiste numa média, pois muitos grupos não informam seus números.
Não existe uma forma prática de contagem de frequentadores que não são membros de um Grupo.


O que é A. A.

Alcoólicos Anônimos é uma irmandade mundial de homens e mulheres que se ajudam mutuamente a permanecerem sóbrios. Eles oferecem a mesma ajuda a qualquer um que tenha um problema com a bebida e queira para de beber. Por serem todos alcoólicos, eles tem uma compreensão mutua especial. Sabem como essa doença os atinge – e aprenderam como se recuperar do alcoolismo dentro de A.A.
Os membros de A.A. dizem que hoje são alcoólicos – mesmo que não bebam há anos. Eles não dizem que estão “curados”. Uma vez que a pessoa tenha perdido a possibilidade de controlar a bebida, nunca mais é possível beber controladamente – ou, em outras palavras, ele nunca pode tornar-se um “antigo alcoólico” ou um “ex-alcoólico”. Mas em A.A. ele pode tornar se um alcoólico sóbrio, um alcoólico em recuperação.


História do Nascimento de A.A.

Alcoólicos Anônimos iniciou-se em 1935, em Akron, Ohio, com o encontro de Bill W., um corretor da Bolsa de Valores de Nova Iorque, e o Dr. Bob, um cirurgião de Akron. Ambos haviam sido alcoólicos desenganados.
Antes de se conhecerem, Bill e o Dr. Bob tinham tido contato com o Grupo Oxford, uma sociedade composta, em sua maior parte, por pessoas não alcoólicas, que defendia a aplicação de valores espirituais universais na vida diária. Naquela época, os Grupos Oxford da América eram dirigidos pelo renomado clérigo episcopal Dr. Samuel Shoemaker. Sob sua influência espiritual, e com a ajuda de seu velho amigo, Ebby T., Bill havia conseguido sua sobriedade e vinha mantendo sua recuperação trabalhando com outros alcoólicos, apesar do fato de que nenhum de seus "candidatos" haver se recuperado. Entretanto, o fato de ser membro do Grupo Oxford não havia oferecido ao Dr. Bob a suficiente ajuda para alcançar a sobriedade.
Quando finalmente o Dr. Bob e Bill se conheceram, o encontro produziu no Dr. Bob um efeito imediato. Desta vez encontrava-se cara a cara com um companheiro alcoólico que havia conseguido deixar de beber. Bill insistia que o alcoolismo era uma doença da mente, das emoções e do corpo. Esse importantíssimo fato fora-lhe comunicado pelo Dr. William D. Silkwoth, do Hospital Towns, de Nova Iorque, instituição em que Bill fora internado várias vezes. Apesar de médico, o Dr. Bob não tivera conhecimento de que o alcoolismo era uma doença. Bob acabou convencido pelas ideias contundentes de Bill e logo alcançou sua sobriedade, e nunca mais voltou a beber.
Ambos começaram a trabalhar imediatamente com os alcoólicos internados no Hospital Municipal de Akron. Como consequência de seus esforços, logo um paciente alcançou sua sobriedade. Apesar de ainda não existir o nome Alcoólicos Anônimos, esses três homens constituíram o núcleo do primeiro Grupo de A.A. No outono de 1935, o segundo Grupo foi tomando forma gradualmente em Nova Iorque. O terceiro Grupo iniciou-se em Cleveland, em 1939. Havia-se gasto mais de quatro anos para conseguir 100 alcoólicos sóbrios, nos três Grupos iniciais.
Em princípio de 1939, a Irmandade publicou seu livro de texto básico, Alcoólicos Anônimos. Nesse livro, escrito por Bill, expunha-se a filosofia e os métodos de A.A., a essência dos quais se encontram agora nos bem conhecidos Doze Passos de recuperação. A partir daí, A.A. desenvolveu-se rapidamente.
Também em 1939, o Cleveland Plain Dealer publicou uma série de artigos sobre Alcoólicos Anônimos, seguida por alguns editoriais muito favoráveis. O Grupo de Cleveland, composto por uns 20 membros, logo se viu inundado por incontáveis pedidos de ajuda. Os alcoólicos que chegavam, logo após algumas semanas de sobriedade, eram encarregados de trabalhar com os novos casos. Com isso, deu-se ao movimento uma nova orientação, e os resultados foram fantásticos. Passados poucos meses, o número de membros de Cleveland havia crescido para 500. Pela primeira vez havia evidência de que a sobriedade poderia multiplicar-se, em massa.
Enquanto isso, o Dr. Bob e Bill haviam estabelecido em Nova Iorque, em 1939, uma Junta de Custódios para ocupar-se da administração geral da Irmandade recém-nascida. Alguns amigos de John Rockefeller, Jr. integravam esse conselho, junto com alguns membros de A.A. Deu-se à Junta o nome de Fundação Alcoólica. No entanto, todas as tentativas de se conseguir grandes quantias de dinheiro fracassaram porque o Sr. Rockfeller havia chegado à conclusão prudente de que grandes somas poderiam atrapalhar a nascente Irmandade. Apesar disso, a Fundação conseguiu abrir um pequeno escritório em Nova Iorque, para responder aos pedidos de ajuda e de informações e para distribuir o livro de A.A., um empreendimento, diga-se de passagem, que havia sido financiado principalmente pelos membros de A.A.
O livro e o novo escritório logo se revelaram de grande utilidade. No outono de 1939, a revista Liberty publicou um artigo sobre Alcoólicos Anônimos e, como consequência, logo chegaram ao escritório cerca de 800 urgentes pedidos de ajuda. Em 1940, o Sr. Rockfeller organizou um jantar, para dar purgação à A.A., ao qual convidou muitos de seus eminentes amigos nova-iorquinos. Esse acontecimento suscitou outra onda de pedidos. Cada pedido era respondido com uma carta pessoal e um pequeno folheto. Além disso, fazia-se menção ao livro Alcoólicos Anônimos e logo começou-se a distribuir numerosos exemplares do livro. Ao final do ano, A.A. já tinha 2.000 membros.
Apareceu então, em março de 1941, no Saturday Evening Post, um excelente artigo sobre Alcoólicos Anônimos e a reação foi tremenda. No final daquele ano o número de membros subira a 6.000 e o número de Grupos multiplicara-se proporcionalmente. A Irmandade crescia a passos gigantescos por todas as partes dos EUA/Canadá.
Em 1950, havia no mundo inteiro perto de 100 mil alcoólicos em recuperação. Por mais impressionante que tenha sido esse desenvolvimento, a década de 1940 a 1950 foi de grande incerteza. A questão crucial era se todos aqueles alcoólicos volúveis poderiam viver e trabalhar juntos em seus Grupos. Poderiam manter-se unidos e funcionar com eficácia? Esta pergunta ainda pairava sem resposta. Manter correspondência com milhares de Grupos relativamente a seus problemas particulares chegou a ser um dos principais trabalhos do escritório de Nova Iorque.
Não obstante, no início de 1946, já era possível tirar algumas conclusões bem razoáveis sobre as atitudes, costumes e funções que se ajustariam melhor aos objetivos de A.A. Esses princípios, que haviam surgido a partir das árduas experiências dos Grupos, foram codificadas por Bill, sendo hoje conhecidos pelo nome de As Doze Tradições de Alcoólicos Anônimos. Em 1950, o caos dos anos anteriores quase havia desaparecido. Havia-se conseguido enunciar e por em prática, com êxito, uma fórmula segura para a unidade e o funcionamento de A.A. Durante essa frenética década, o Dr. Bob dedicava seus esforços ao assunto da hospitalização dos alcoólicos e à tarefa de incutir-lhes os princípios de A.A.
Os alcoólicos chegavam em grande número a Akron para obter cuidados médicos no Hospital Saint Thomas, uma instituição administrada pela Igreja Católica. O Dr. Bob se integrou ao corpo médico desse hospital e ele e a irmã Ignatia, também do pessoal do hospital, prestaram cuidados médicos e indicaram o programa a cerca de 5.000 alcoólicos internados. Após a morte do Dr. Bob, em 1950, a irmã Ignatia seguiu trabalhando no Hospital da Caridade, em Cleveland, onde contava com a ajuda dos Grupos de A.A. locais e onde outros 10.000 alcoólicos internados encontraram Alcoólicos Anônimos pela primeira vez. Esse trabalho foi um grande exemplo de boa vontade, que permitiu comprovar que A.A. cooperava eficazmente com a medicina e a religião.
Naquele ano, Alcoólicos Anônimos realizou em Cleveland sua primeira Convenção Internacional. Nessa Convenção o Dr. Bob fez seu último ato perante a Irmandade e, em sua fala de despedida, se deteve na necessidade de se manter simples o programa de A.A. Junto com os outros participantes, ele viu os Delegados aprovarem entusiasmados As Doze Tradições de A.A., para uso permanente da Irmandade em todo o mundo. Faleceu em 16 de novembro de 1950.
No ano seguinte, ocorreu outro acontecimento muito significativo. As atividades do escritório de Nova York haviam sido grandemente ampliadas e passaram a incluir trabalhos de relações públicas, conselhos aos novos Grupos, serviços em hospitais, nas prisões, junto aos Internacionalistas e Solitários e cooperação com outras agências no campo do alcoolismo. O escritório também publicou livros e folhetos "padrão" de A.A. e supervisionava a tradução dessas publicações para outros idiomas. Nossa revista internacional, A.A. Grapevine, já tinha uma grande circulação. Essas atividades, e outras mais, se tornaram indispensáveis para A.A. em sua totalidade.
A 2º Convenção Internacional teve lugar em Saint Louis, em 1955, comemorando os 20 anos da Irmandade.
Não obstante, esses serviços vitais estavam ainda em mãos de uma isolada Junta de Custódios, cujo único vínculo com a Irmandade havia sido Bill e o Dr. Bob. Como os co-fundadores haviam prevista alguns anos atrás, era imperativo vincular os Custódios dos Serviços Mundiais de A.A. (hoje a Junta de Serviços Gerais de A.A.) à Irmandade a qual serviam. Para isso, convocou-se uma reunião de Delegados de todos os estados e províncias dos EUA/Canadá. Assim constituído, esse organismo de serviços mundiais se reuniu pela primeira vez em 1951. Apesar de certa apreensão suscitada pela proposta, a assembleia teve grande êxito. Pela primeira vez, os Custódios, anteriormente isolados, eram diretamente responsáveis perante A.A. na sua totalidade. Havia-se criado a Conferência de Serviços Gerais de A.A. e dessa maneira assegurado o funcionamento global de A.A. para o futuro.
Naquela época, a Conferência de Serviços Gerais já havia demonstrado seu real valor. Nessa ocasião, em nome de todos os pioneiros de A.A., Bill transferiu à Conferência e a seus Custódios a futura vigilância e proteção de A.A. Nesse momento a Irmandade tomou posse daquilo que era seu: Alcoólicos Anônimos atingiu sua maioridade.
Se não fosse pela ajuda dos amigos de A.A. nos seus primeiros dias, é provável que Alcoólicos Anônimos nunca tivesse existido. E se não contasse com a multidão de amigos que, desde então, têm contribuído com seu tempo e sua energia - especialmente nossos amigos da medicina, da religião e dos meios de comunicações - A.A. nunca poderia ter crescido e prosperado. A Irmandade expressa sua perene gratidão pela amistosa ajuda.
No dia 24 de janeiro de 1971, Bill faleceu de pneumonia em Miami Beach, Flórida, onde - havia sete meses - pronunciara diante da Convenção Internacional do 35º aniversário suas últimas palavras aos companheiros de A.A.: "Deus os bendiga, a vocês e a Alcoólicos Anônimos, para sempre."
Desde então A.A. se tornou uma Irmandade mundial, demonstrando que a maneira de viver de A.A. hoje pode superar quase todas as barreiras de raça, de credo e de idioma. A Reunião de Serviço Mundial, realizada pela primeira vez em 1969, vem ocorrendo a cada dois anos desde 1972, alternando sua sede entre Nova Iorque e uma cidade de outro pais. Os Delegados à RSM reuniram-se em Londres (Inglaterra); Helsinki (Finlândia); San Juan del Rio (México); Guatemala (Guatemala); Munique (Alemanha) e Cartagena (Colômbia).


A posição do A.A. no campo do alcoolismo.

A história de A.A. está repleta de nomes de não-alcoólicos, profissionais e leigos, que se interessaram pelo programa de recuperação de A.A. Milhões de nós devemos nossas vidas a essas pessoas e nossa dívida de gratidão não tem limites.
Alcoólicos Anônimos é uma irmandade mundial de homens e mulheres que se ajudam mutuamente a manter a sobriedade e que se oferecem para compartilhar livremente sua experiência na recuperação com outros que possam ter problemas com seu modo de beber.
A Irmandade funciona através de mais de 97.000 Grupos locais em 150 países. Milhões de alcoólicos têm alcançado a sobriedade em A.A, mas seus membros reconhecem que seu programa não é sempre eficaz com todos os alcoólicos e que alguns necessitam de aconselhamento e tratamento profissional.
AA preocupa-se unicamente com a recuperação pessoal e contínua dos alcoólicos que procuram socorro na Irmandade. O movimento não se dedica a pesquisas sobre alcoolismo ou ao tratamento médico ou psiquiátrico, e não apoia quaisquer causas - embora os membros de A.A. possam participar como indivíduos.
O movimento adotou a política de "cooperação mas não afiliação" com outras organizações que se dedicam ao problema do alcoolismo.

Alcoólicos Anônimos é autossuficiente através de seus membros e Grupos, recusando contribuições de fontes externas. Os membros de AA preservam seu anonimato pessoal em nível de imprensa, filmes, Rádio, TV, Internet e outros meios de comunicação.


Como A.A. vê o Alcoolismo?

O alcoolismo é, em nossa opinião, uma doença física, mental e espiritual, progressiva, incurável e de término fatal. Os alcoólicos que conhecemos parecem ter perdido o poder para controlar suas doses de bebidas alcoólicas


Como AA funciona?

AA pode ser descrito como um método para recuperação do alcoolismo, no qual os membros ajudam-se mutuamente, compartilhando entre si uma enorme gama de experiências semelhantes em sofrimento e recuperação do alcoolismo.


Que são Grupos de A.A.?

A unidade básica em AA é o grupo local (do bairro ou cidade) que é autônomo, salvo em assuntos que afetem outros grupos de AA ou à Irmandade como um todo. Nenhum grupo tem poder sobre seus membros.
Os grupos geralmente são democráticos, assistidos por "comitês de serviços" de curtos períodos de mandato. Desta maneira, nenhum grupo de AA tem uma liderança permanente.


Que são Reuniões de A.A.?

Alcoólicos Anônimos é constituído por mais de 90 mil grupos locais em 146 países. Cada grupo realiza reuniões regulares, nas quais os membros relatam entre si suas experiências - geralmente em relação aos "DOZE PASSOS" sugeridos para a recuperação, e às "DOZE TRADIÇÕES" sugeridas para as relações dentro da Irmandade e com a comunidade de fora.
Existem reuniões abertas para qualquer pessoa interessada, e reuniões fechadas somente para alcoólicos.


Quem são os Membros de A.A.?

Pessoas que acham que têm problemas com sua maneira de beber são bem-vindas para assistir a qualquer reunião de A.A. Elas tornam-se membros simplesmente ao decidir que querem sê-lo.
Membros de AA são homens e mulheres provenientes de todos os níveis sociais, desde adolescentes até pessoas com idade avançada, de todas as raças, de todos os tipos de afiliações religiosas, e mesmo sem nenhuma.


O que você pode esperar de A.A.?

Os membros de A.A. ajudam qualquer alcoólico que demonstre interesse em ficar sóbrio.
Os membros de A.A. podem visitar o alcoólico que necessite de ajuda - embora eles possam sentir que seja melhor para o alcoólico solicitar tal ajuda antes.
Eles podem auxiliar a providenciar uma internação hospitalar. Os escritórios de serviços de AA frequentemente sabem onde existem hospitais para tratamento de alcoolismo, embora AA não seja afiliada a qualquer estabelecimento hospitalar.
Os membros de A.A. têm satisfação em compartilhar suas experiências com qualquer pessoa interessada, seja em conversações ou em reuniões formais


O que A.A. não faz?

A.A. não leva os membros a tentar convencer alcoólicos a ingressar na Irmandade. A.A. é para os alcoólicos que querem alcançar sobriedade.
A.A. não vigia seus membros para ver se vão beber ou não, A.A. ajuda os alcoólicos a se ajudarem.
A.A. não é uma organização religiosa. Todos os membros são livres para decidir sobre as suas próprias ideias a respeito do significado da vida.
A.A. não é uma organização médica, não dá remédios nem orientação psiquiátrica.
A.A. não dirige quaisquer hospitais, ambulatórios, sanatórios; nem fornece serviços de enfermagem.
A.A. não tem ligação com qualquer outra organização. Mas A.A. coopera com organizações que combatem o alcoolismo. Alguns membros trabalham para tais organizações – mas por motivos pessoais – não como representantes de A.A.
A.A. não aceita dinheiro de fontes fora de A.A. nem particulares ou governamentais.
A.A. não oferece qualquer serviço social, não oferece hospedagem, comida, roupa, emprego ou dinheiro. A.A. ajuda o alcoólico a permanecer sóbrio, para que ele possa conseguir essas coisas por si mesmo.
Alcoólicos Anônimos enfatiza o “anonimato” dos membros da Irmandade. Não admite que os nomes de seus membros apareçam na TV, rádio, jornais, internet ou qualquer outro meio de divulgação. E membros não citam nomes de outros membros para pessoas fora de A.A. Mas os membros não ficam envergonhados por pertencerem em A.A. Eles apenas querem encorajar mais alcoólicos a encontrar ajuda através de A.A. eles não querem parecer heróis e heroínas simplesmente por cuidarem de sua própria saúde.
A.A. não fornece cartas de referência a comissões de livramento condicional, advogados, oficiais de justiça, agências de emprego, etc.


A.A. e a religião

Embora não adotando nenhuma religião em particular, a Irmandade de Alcoólicos Anônimos assimilou e incorporou aos seus princípios básicos, alguns dos ensinamentos espirituais e morais, comuns a todas as denominações religiosas. Profunda, gratificante, e sobretudo inspiradora, foi a assistência recebida pelos co-fundadores de A.A. de parte do Padre Ed. Dowling, da Ordem Jesuíta de St. Lous, e do Clérigo Episcopal Sam Shoemaker, tido como o principal inspirador dos Doze Passos de A.A.
Em todos os países onde se instalaram grupos de A.A., a Irmandade tem encontrado estímulo e apoio por parte dos líderes religiosos local, independentemente da religião predominante em qualquer desses países. A essa regra geral não foge o Brasil, onde até mesmo a grande maioria dos grupos está instalada em salões paroquiais, predominando, como é natural, os pertencentes às igrejas católicas.
A exemplo do que acontece com médicos amigos, também alguns religiosos participam ativamente, dos serviços organizados de A.A., em diversos países


Grupos de A.A. no Brasil - Localização

A unidade básica em A.A. é o grupo local (do bairro ou cidade) que é autônomo, salvo em assuntos que afetem outros grupos de AA ou à Irmandade como um todo. Nenhum grupo tem poder sobre seus membros.

Informações sobre reuniões do AA on line:
http://aa-intergroup.org/languages/index_pt.html




Os grupos geralmente são democráticos, assistidos por "comitês de serviços" de curtos períodos de mandato. Desta maneira, nenhum grupo de A.A. tem uma liderança permanente.

Você agora tem acesso à localização dos Grupos de A.A. no Brasil como também um arquivo para download que permite visualizar através do Google Earth a localização no mapa destes mesmos grupos.

http://www.baixaki.com.br/download/google-earth.htm (para Windows)
http://www.baixaki.com.br/mac/download/google-earth.htm (para Mac)

Escritório de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos no Brasil 
Av. Sen. Queirós 101 2º Andar - Cj 205
Bairro - República
01026-001 São Paulo - SP
Próximo à Praça Alfredo Issa - Poupatempo
Telefone: 11 3229 3611
aa@alcoolicosanonimos.org.br

Endereço do AA em Atibaia/SP:
Praça Santo António
Bairro Alvinopólis (ao lado da Igreja Cristo Rei)
Reuniões 2as às 6as 20 hr - Sábados às 18 horas e Domingos às 10 horas


Referência

JUNAAB
disponível em: http://www.alcoolicosanonimos.org.br/. acessado em 30 de abril

Baixaqui
http://www.baixaki.com.br/download/google-earth.htm
http://www.baixaki.com.br/mac/download/google-earth.htm









sábado, 15 de janeiro de 2011

Punta Cana

A viagem das férias desse ano foi para Punta Cana. Quando escolhi este destino mal sabia que ficava na América Central, especificamente na República Dominicana (RD). Precisava muito ir para algum lugar longe, pra descansar. Esse argumento é completamente passível de críticas, assim como a escolha do lugar (Por que não um destino no Brasil? Por que tem que sair de casa pra descansar? Por que não guarda o dinheiro pra uma necessidade?) Mas vi o anúncio de Ilha de Martin, era num preço acessível e fechei com Punta Cana, porque é o que havia. Depois de comprar é que soube que a RD ficava perto do Haiti.
Meus Deus, como estou ignorante de geografia!!! Lá eu "soube" que é ao lado! Não tive tempo de me preparar pra essa viagem: olhar um mapa, google map (internet estava mais fora do ar do que nunca!), guia, atlas, etc. Fui sem nenhum conhecimento que acho essencial em toda viagem: cultura, hábitos, culinaria, história, cidades, rios, atrações principais.
O hotel Punta Cana Princess é bonito, confortável e nos sentimos `a vontade. Não aceitam crianças e adolescentes. Em compensação tem muuiittoooo casal.. quase ninguém solteiro... isso é um ponto negativo no meu ponto de vista. Os funcionários são muito simpáticos e admiram o povo brasileiro - claro, principalmente as mulheres... Aliás, os homens de lá admiram muito as brasileiras. Quando nos viam sozinhas (fui com uma amiga, Solange), perguntavam se éramos casadas e falávamos que não. Depois tivemos que passar a falar que eramos casadas e que os maridos estavam perto, no hotel e logo, logo viriam, para reduzir a pressão...
Entretanto, Punta Cana, que é o maior conjunto de ressorts do mundo, fica na verdade  no leste do país, no Oceano Atlântico e não no Mar do Caribe que fica ao sul. Então fomos a Santo Domingo, capital, para conhecermos o Caribe. Também fui `a Ilha Saona, que fica no Caribe.
O Caribe é de fato lindo. Sua cor varia de um verde clarinho transparente a um azul profundo. Fiquei pensando se era o mar mais bonito que já tinha visto e concluí que não dá pra falar em superlativos. Cada mar tem sua beleza. Cada lugar é belo por si. Não dá pra comparar Caribe com Mediterrâneo e nem com a Baía da Guanabara. Todos são maravilhosos. O ideal é poder visitar todos os lugares belos do mundo que estiverem ao nosso alcance.
Santo Domingo é uma cidade bonita, simples. Gostei das lojas de artezanato de La Calle Conde.  Principalmente uma que se chama Gift of Conde. Ao lado uma loja vende telas com pinturas típicas de lá, num preço bom. Há muitas lojas vendendo brincos e pulseiras com a pedra típica do país  Larismar e outras como Âmbar e uma cor de rosa de concha de caramujo (sic!), muito linda...
Lá a gente quase não vê pessoas de cor branca. Os negros são em geral haitianos e os da RD são mulatos com traços europeus.  Então dizem que não há um rosto típico dominicano. Vendem umas bonecas sem desenho de rosto para representar essa falta de definição.
Dançamos e cantamos muito salsa, merengue e baixata. Foi bem divertido. A equipe de animação do hotel é muito acolhedora e divertida: Félix, José, Edward, Beatriz, Joanhy.
Não gostei muito da boate Imagine, que fica numa caverna. Mas conheci brasileiros que gostaram. Então talvez seja um problema especifico meu. Não gosto de música eletrônica. E principalmente, de morcegos voando sobre nossas cabeças - o que ocorre lá.
Interagimos com muitos haitianos e pudemos saber deles mesmos o sofrimento que vêm passando seu povo. Um em especial nos sensibilizou muito porque é um jovem muito esforçado, batalhando para obter visto de permanência e proteger sua família que teve tudo destruído no terremoto - DJ.


Conhecemos muitos brasileiros legais nesta viagem... Dois deles estão no Haiti, a trabalho e passavam alguns dias de folga no hotel. Fiquei muito contente por conhecê-los, pois além de bons companheiros numa atividade que fizemos juntos, nos deram notícias em tempo real daquele país, que será outro tema no blog.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Festas do final do ano e os cuidados com os cães

Sempre ouvia dizer que a gente não deve dar ossos pequenos para os cães, por ser perigoso. Pois bem, sempre evitei fazê-lo. Mas pensei que não haveria problema em dar o osso grande do pernil e dei ao Quincas ontem, que ficou muito contente.
Esta madrugada ele passou muito mal, tendo vomitado inúmeras vezes,  eliminando fragmentos do osso. Nunca me arrependi tanto e fiquei com muito medo que precisasse sair correndo em busca de um hospital veterinário e não conseguisse. Fiquei das 4 `as 6 hs cuidando dele. Fiz soro rehidratante caseiro e deixei que bebesse aos pouquinhos. Não forcei. Procurei na internet orientações e aguardei que melhorasse.
Acho que finalmente eliminou todas as partes que estavam estagnadas em seu estômago.Jurei que nunca mais vou dar qualquer tipo de osso pra ele.